Uma perspectiva contemporânea da China nas Relações Internacionais

Nos dias 28, 29 e 30 de agosto de 2024, foi ministrado um minicurso, na modalidade online, destinado a realizar exposições sobre as facetas históricas, econômicas e militares da República Popular da China. Esse minicurso foi ministrado por discentes da graduação do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e membros do OEPI.

As atividades, que delongaram-se por 3 dias, foram compostas por três exposições temáticas ministradas respectivamente por Julia Pirani Cabral, João Pedro de Souza Melo Lemos Rezende e Richard Rodrigues de Souza Silva. Dito isso, apresentará de forma breve o conteúdo de cada aula ministrada pelos referidos discentes.

As origens da China Imperial: Entre Hoen-Tsin e Shangti

Julia Pirani Cabral

Foi apresentado a China como um conceito histórico civilizacional e as características predominantes das tradições dinásticas. Para isso, foi discutido o histórico geral das dinastias chinesas, a Dinastia Xia, a figura do Imperador Amarelo, a história dos caracteres, as três principais religiões, a Dinastia Qing, a Revolução Chinesa e uma breve contextualização do cenário atual chinês. Assim, foi apresentado de forma mais aprofundada a Dinastia Xia e a Dinastia Qing, a primeira e a última dinastia chinesa, em comparação com as outras dinastias.

Economia Chinesa: A centralidade do Sistema Financeiro Nacional e a atuação do “Estado Acionista”

João Pedro de Souza Melo Lemos Rezende

A exposição consistiu em abordar o desenvolvimento da República Popular da China após as reformas de Deng Xiaoping – sob um viés bancário – observando como o sistema financeiro mostrou-se fundamental para a atual caracterização econômica da China, uma potência produtiva e tecnológica. Dito isso, no decorrer da exposição observou-se a importância dos bancos CDB, ICBC, BoCom, CCB para o crescimento econômico da China – especialmente no setor de infraestrutura e imobiliário – e suas reverberações até a atualidade. Por fim, buscou abordar as consequências dessas políticas bancárias, comentando sobre a crise imobiliária chinesa e a expansão da atuação desses bancos no âmbito internacional, notadamente nos países do terceiro mundo.

O imperialismo militar chinês contemporâneo sob o olhar do século XX: Um estudo de caso da guerra sino-vietnamita

Richard Rodrigues de Souza Silva

A exposição consistiu em abordar a falácia da caracterização da China como um país pacifico e que não tem um histórico de posições agressivas no sistema internacional. Para contrapor essa narrativa de interpretação da China, foi utilizado o estudo de caso da guerra sino-vientnamita para analisar a postura chinesa em relação aos seus Estados limítrofes, abordando como Pequim adotou uma postura belicosa de desproporcional uso da força a Hanói durante a guerra (1979) e os seus posteriores conflitos fronteiriços (1979-1991) – sob uma tênue justificativa de risco a segurança nacional – que é replicada até hoje nos demais países fronteiriços da China. Em consonância a isso, a palestra buscou questionar a repetição das atitudes imperialistas de Pequim na atualidade (Filipinas, Vietnã e Taiwan), a caracterizado como um país que possa apresentar tendências imperialistas no cerne da seu posicionamento político-militar. Por fim, discorreu-se como essa postura chinesa repercute atualmente na região, reverberando na remilitarização do Japão, o estreitamento das relações do Vietnã e Filipinas com os EUA e o incremento das capacidades navais da Austrália no intuito de conter a expansão chinesa.